A group of Brazilian Indigenous women leaders at COP28

A Equitable Earth patrocinou a maior delegação de mulheres indígenas brasileiras que já participou de uma Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas.

A presença marcante de 25 mulheres líderes indígenas marcou esta ocasião histórica patrocinada pela Equitable Earth na COP28 em Dubai. Esta última versão da Conferência Anual das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas teve a maior participação de delegados indígenas de qualquer COP (mais de 300 povos indígenas de todo o mundo). Este grupo de mulheres, apoiado pela Equitable Earth, Forest Trends e GreenData e predominantemente composto por mulheres indígenas brasileiras, não apenas diversificou o diálogo ambiental global, mas também reivindicou assertivamente um espaço para as vozes das comunidades muitas vezes marginalizadas nas discussões sobre clima e conservação.

Durante décadas, a narrativa climática global foi dominada pelas nações hegemónicas do Norte Global, frequentemente ignorando os direitos e as vozes dos Povos Indígenas. Nesta COP28, no entanto, as perspectivas dos territórios indígenas emergiram como fundamentais – fornecendo conhecimentos cruciais para o desenvolvimento de estratégias eficazes de combate às alterações climáticas.

A Equitable Earth teve a honra de patrocinar fiscalmente a participação de 25 mulheres da Associação Nacional de Mulheres Indígenas Guerreiras dos Ancestrais, (ANMIGA) um grupo de lideranças de todo o Brasil que trabalham juntas para garantir os direitos e proteger a vida dos Povos Indígenas. O nosso apoio financeiro e logístico ao seu trabalho na COP28 garantiu que as suas vozes e experiências únicas ecoassem num contexto global nos palcos e nas reuniões da COP28 no Dubai. 

O nosso patrocínio para garantir a inclusão destas mulheres líderes e os seus esforços ousados ​​refletem a missão da Equitable Earth de ser pioneira numa mudança revolucionária para o mercado voluntário de carbono que dá prioridade às comunidades florestais e aos países do Sul Global. Estamos empenhados em fazer com que a economia funcione, em primeiro lugar, para as comunidades florestais, na vanguarda da conservação para a ação climática. 

Sônia Guajajara, a primeira mulher indígena a liderar um ministério do governo federal no Brasil e chefe do Ministério dos Povos Indígenas do Brasil, destacou a importância desta representação, ressaltando a importância de ter vozes indígenas no governo e de entregar financiamento climático diretamente às comunidades que são os mais afectados pelas alterações climáticas: 

“Já está comprovado que os Povos Indígenas e as comunidades locais são os melhores guardiões da floresta. Portanto, é muito importante que o financiamento climático e os fundos para a conservação vão diretamente para os Povos Indígenas, que são os melhores administradores deles. 

“É muito cedo para dizer se nós, IPLCs, nos sentimos apoiados ou não. Esperamos ver mais compromissos antes da COP30 para não chegarmos ao ponto sem retorno.” 

Puyr Tembé, Secretária dos Povos Indígenas do Estado do Pará, enfatizou a preparação e o papel crucial das mulheres indígenas nas negociações ambientais: 

“Tem que haver um mecanismo de financiamento que considere o género, para que as mulheres indígenas possam comparecer a eventos como este e fazer parte das negociações. Geralmente somos deixados apenas como ouvintes. Estamos aqui para entender o que é possível e defender o que acreditamos.” 

Silvinha Xukuru e Concita Sompré, respectivamente cacicas (líder) do povo Xukuru e dirigente da FEPIPA, ressaltaram a importância do respeito aos antepassados ​​e do compromisso com as gerações futuras: 

“Temos conhecimentos ancestrais. Tiramos da Natureza de forma respeitosa. A nossa economia não é uma economia que mata, não é uma economia que desloca pessoas. Me coloco aqui como mulher, mãe, avó, para dizer parem de nos matar. Estamos pedindo ajuda. Enfrento isso com minhas companheiras – não importa de onde ela venha – a dor nos une, mas a coragem nos faz seguir em frente.”

As discussões lideradas por estes líderes na COP28 cobriram temas que vão desde a saúde mental dos jovens indígenas até à luta contra a desflorestação e a violência de género, bem como se concentraram no papel essencial do financiamento climático e da protecção do património cultural.

Olhando para o futuro, a participação destas mulheres na COP28 é indicativa do protagonismo que aspiram em futuras conferências. Equitable Earth, Forest Trends e GreenData reconhecem a importância deste movimento histórico e reafirmam seu compromisso com o futuro do planeta e com as jornadas que as mulheres indígenas brasileiras desejam traçar.

Este marco na representação das mulheres indígenas representa não apenas um desafio ao status quo, mas também a construção de um futuro onde a diversidade de vozes é crucial para o sucesso da nossa luta colectiva contra as alterações climáticas. 

As histórias dessas mulheres indígenas brasileiras são um prelúdio para uma nova era de liderança indígena e feminina nas questões ambientais globais.Fique ligado para mais notícias excelentes em breve da nossa rede de líderes em ação climática.

Abaixo segue uma galeria de fotos de alguns dos eventos que esse grupo de líderes participou na COP28.

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